O golpe quase perfeito
Guerreiro era assíduo frequentador de um bar.
Alíás, não simplesmente um bar. Um bar-karaokê.
Bem localizado e bem frequentado. Casa sempre cheia. Boas comidas e boas bebidas.
E para controle, a casa usa o seguinte sistema:
Na entrada, cada cliente recebe uma comanda onde são anotados os pedidos.
Para ir embora, é só totalizar os pedidos, pagar a conta (claro!) e entregar a comanda na saída.
Simples, eficiente e consagrado. Muitos lugares usam esse sistema.
Por ser frequentador assíduo, Guerreiro conseguiu sair com uma comanda no bolso.
E isto povoou sua inventiva mente de idéias que ficariam melhores no campo das idéias apenas...
Por exemplo, o (velhissimo) “Golpe das duas comandas”.
O princípio é simples.
Em posse de duas comandas, o sujeito apresenta uma comanda para efetuar os pedidos e na hora de pagar, apresenta a comanda vazia.
Para ser melhor aproveitado, esse tipo de golpe é aplicado em uma mesa cheia de gente.
No caso do Guerreiro, eram seis.
Um bom lugar com boas companhias e boa música é sempre inspirador.
E não seria diferente no caso de Guerreiro e seus amigos.
A cada minuto noite adentro, o tal recurso ia sendo utilizado.
E bem utilizado!!!
Rodadas de bebidas caras e porções bem servidas. Fartura digna de banquete.
Não tinha miséria na mesa do Guerreiro.
Todos se fartavam as custas da comanda mágica.
Como todo abuso gastronômico tem limite, chega um momento que é necessário uma pausa.
E nada melhor que uma Coca gelada!
Foi isso que Guerreiro fez.
Para finalizar a noite tão prazeirosa, pediu uma Coca!
Só que o garçon confundiu COCA com CONTA...(!!!)
Satisfeito com os 10% que receberia (da comanda cheia!!!), o garçon atendeu o pedido prontamente.
Sem graça, não restou outra saída a não ser pagar a conta (que estava no limite dos 3 dígitos) e pensar em sua comanda vazia para “dar a forra”...
As esperanças se acabaram quando Guerreiro soube que seus amigos, por causa da fila que se formava no caixa, adiantaram-se em pagar todas as comandas.
Inclusive a sua comanda vazia...que ele tanto contava nessa altura do campeonato...
Até hoje não se sabe se foi o barulho do local ou se foi o estado etílico do Guerreiro que causou o incrível mal-entendido, levando o plano por água abaixo...
Só se sabe que Guerreiro, desde então, só toma Pepsi...