Visita de cumpadre
Sabe aquela “chegada” que você dá na casa de um amigo (pode ser parente), meio sem avisar e mesmo assim parece que o povo já tava esperando....?
Estende-se pelo almoço, passa pelo café da tarde, fica pra janta...
(JANTA mesmo. Ninguem vai para um JANTAR em casa de cumpadre...vai prá pegar uma JANTA.)
Se for em outra cidade (as vezes, nem isso) acaba pousando. (há quanto tempo eu não ouço essa palavra...).
Fica fazendo AQUELA cerimônia e quando decide ficar, uma mala com roupas aparece no porta-malas do carro por passe de mágica...como se pousar nunca tivesse sido pensado....
Tenho cumpadres.
Na casa de um deles, por exemplo, tenho que chegar pro almoço e ficar.
Pra janta, pro almoço e janta do dia seguinte, com o café da manhã no meio.
Se não ficar, levo bronca.
Ah! Tem roda de viola também.
E junta violeiro e cantor. As vezes vai sanfoneiro. E junta criança.
Outros cumpadres e cumadres vão também.
Quem não canta, toca. Quem não toca, canta. E quem nenhum dos dois, fica ouvindo....E gosta. É bonito de ver e ouvir.
Violeiro com viola no braço. Cantor com criança no colo.
Tem até pedido.
É assim que forma repertório. Atendendo pedido dos outros. Porque se não atender, pega mal. E se não souber na hora, tem que aprender para a semana seguinte....
Tem lugares que ainda são assim:
Sem internet. Sem celular. Sem computador. Sem televisão.
Mas com roda de viola!
Nessas horas que dupla sertaneja pensa:
“Vamos tentar profissionalmente”.
Porque cantar, vai cantar a vida inteira...
E sempre vai ter quem gosta...
Enquanto tiver visita de cumpadre, a audiência é garantida.
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