terça-feira, agosto 27, 2002

Comunicação

O ser humano tem o dom da fala.
Por consequência, uma grande necessidade de exercitar esse dom.
E sempre procurou formas de se comunicar à distância.
De golpes de tambor aos sinais de fumaça. O telégrafo e o correio.
O auge da comunicação à distância foi o rádio; que é a base da comunicação moderna.
Satélite, internet e telefone celular são sinais de rádio.
Tudo isso, para poder falar mais longe.

Uns falam melhor que outros. Outros falam mais que uns.
Todo ser humano fala. E fala de tudo. Não importa a raça ou credo.
Está sempre falando sobre o tempo; falando sobre dinheiro...
As pessoas falam da vida alheia e até da própria vida.
Aliás, é por conta desses que as pessoas falam mais...

Pessoas gostam de falar.
Invenções como o radioamador e o telefone deram certos por isso.
Gostam tanto de falar que existem os faladores profissionais.
Professores, locutores de rádio e apresentadores de televisão.
Falam muito. E falam pra um monte de gente ao mesmo tempo.

Pessoas precisam falar.
Falando, aprendemos com a experiência alheia e expressamos sentimentos.
Falando, achamos soluções para os problemas, adquirimos confiança e aliviamos angústias.

Pessoas falam até o que não precisa ser falado.
Falam de coisas boas e de coisas ruins.
E para isso, tem confessionário.
Ou pelo menos um confidente.

Uma coisa é certa:
Se não falássemos, estaríamos grunhindo e gritando uns com os outros.
E fazendo careta, o que seria o mais engraçado.

Assim como fazem os macacos...





Comunicação II


Com a fala, vem a capacidade de ouvir.
Pois enquanto um fala, tem que haver pelo menos um outro ouvindo.
Senão, não faz sentido. Não tem a menor graça.
Ninguem gosta de “falar às paredes”. Ninguem em sã consciência.
Principalmente quando falamos de nossos problemas.

Dizem que 50% da solução de um problema é identificá-lo.
Talvez os 50% restantes seja exteriorizá-los.

Assim dizem Dr. Mumford (1999 com Loren Dean) e Dr. Shirlee (Straight Talk - 1992 com Dolly Parton)


Eu mesmo sinto-me aliviado depois de contar um problema.
E só não peço segredo.
Para não torna-lo púbico, é claro



Busão


Como prometido neste bRog, eu viajei de busão.
Depois de muito tempo. 10 anos talvez. O mesmo período que estou habilitado a dirigir.

E o busão que eu peguei é bem diferente dos busões que eu pegava.
Agora o busão é espaçoso de 2 andares.
Tem banheiro, ar condicionado, poltrona reclinável, filme a bordo, lanche na entrada, água e sucos gelados à vontade e café.
O café eu não tomei. Mas o resto estava bom.

A melhor parte de pegar busão é não precisar dirigir.
Assim, dá para fazer outras coisas como comer (!!!), ler, apreciar a paisagem, que fica até mais bonita pela vista panorâmica do 2o andar...e dormir.

Bom...
Dormir não deu, porque as pessoas do banco de trás escolheram o busão como local de exercício do dom da fala!
Justo o busão...a viagem inteira...impressionante....!!!
E como falavam...falavam para passar o tempo, só podia ser.
Eu mesmo não aproveitei nada das 4 horas da conversa alheia.
Não que eu costume prestar atenção na conversa alheia, mas dentro de um busão é inevitável. Ainda mais quando se quer dormir...
A conversa era tão vazia que nem deu vontade de interagir.
Pelo menos não falaram durante o filme.
Aliás, foi falando do filme que começaram o falatório...

Melhor foi quando cantaram os ultimos sucessos dos bailes funk cariocas.
Cantaram alto. Alto para o busão inteiro ouvir.
Busão que vem do Rio para São Paulo tem desses perigos mesmo.

Vou procurar um busão desses para o interior.
E vou levar a viola.
Quem sabe os vizinhos do banco de trás cantem os últimos sucessos sertanejos.

Nunca se sabe.
Nunca...